É que a gente perde. Perde o senso, a vontade de sorrir, a vontade de viver. Mas a gente se obriga. Obriga-se a gargalhar quando não se tem a menor graça. Obriga-se a se fortalecer quando os outros, mesmo conhecidos, estão alí por perto. É que gente que é gente, e que é normal, do tipo que ama, do tipo que cuida, do tipo que não esquece, não gosta de gente que não é gente, que é anormal, do tipo que não se cuida, imagina cuidar de, ou amar outra gente. É que a gente desconhece. Desconhece o racional, e vive por aí dizendo que o humano é ser de racionalidade. Faz de conta até que tem caridade, humildade, e que idade diz muito sobre a razão que essa gente tem de ter. Mas a verdade, é que gente que é gente, não sabe nada sobre como é ser gente, e mais, sabe que cada dia que passa o mundo perde uma gente, e ganha mais vinte animais. E de tanto perder, desistimos no final.