E então você suspira. Um suspiro trêmulo, que denunciava todo o choro de poucos minutos atrás... você suspira e seu coração se aperta, e você abraça seu travesseiro como se pudesse abafar toda a sua vontade de gritar. Você realmente não sabe o que fazer, às vezes fecha os olhos como se isso fosse só mais um pesadelo, e logo quando abrir vai pensar em como o sonho foi real, mas não aconteceu nada. Mas não. O seu coração começa a se apertar novamente, e de tão disparado, você nem sente mais as batidas. As lágrimas voltam, correm por todo o seu rosto, e você soluça, com medo de que alguém o ouça e vá ver o que aconteceu. Você se lembra de tudo, e como se não bastasse recorda cada detalhe desde o começo, lembrança por lembrança e pensa em como foi possível chegar aonde chegou. As lágrimas não param e a dor continua. E então você acorda, tentando não se lembrar do que aconteceu no dia anterior, e mesmo com toda aquela dor no peito e o coração disparando cada vez que as lembranças anteriores invadem sua cabeça, você está de pé, não está? Você sorri e finge que nada aconteceu, finge que é só sono, ou dor de cabeça. As pessoas te animam, te abraçam, e por alguns momentos você esquece toda aquela dor no seu peito, mas ela não passa como você achou que tivesse passado. E então você se vê sozinho mais uma vez, e sente que nada mudou e todos os dias serão os mesmos, tudo de novo, até que você se acostume com a dor, ou até que aquele machucado cicatrize. Mas toda cicatriz deixa uma marca, qual você lembrará pelo resto da vida.